15.2.07

Muro de betão sustenta casa em risco, in Observatório do Algarve, 19-01-2007

Muro de betão sustenta casa em risco
19-01-2007 14:00:00

Um enorme muro de betão está a ser erguido em plena Praia dos Estudantes, 'cartão postal' de Lagos, para sustentar uma casa privada. Projecto mereceu aprovação da CCDR/Algarve.

A obra, promovida pelo proprietário da moradia situada no topo da arriba, avança numa das praias que serve de ‘cartão postal’ aos areais algarvios.

De acordo com fonte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, que deu seguimento projecto, tratam-se de trabalhos de estabilização inteiramente financiados pelo proprietário, na sequência de vários episódios de derrocada de antigos muros de protecção existentes no local.

“Os referidos muros foram construídos na década de 60 (quando já existia a edificação original), tendo-se degradado recentemente de forma muito acentuada, de tal forma que já não constituíam protecção adequada à acção do mar sobre a arriba, constituída por calcários muito carsificados, com preenchimentos de areias argilosas”, adiantou a mesma fonte.

Além da construção em betão armado, vão ser também plantadas espécies locais na encosta, de forma a se assegurar o revestimento vegetal dos taludes.

Quem não vê com bons olhos o novo muro é o movimento cívico “A Colherada”, com sede em Lagos, que considera a praia dos Estudantes “um dos poucos locais paradisíacos do concelho”.

“Com a continuidade da construção desenfreada sobre a falésia, somos levados a pensar que daqui a poucos anos temos toda a costa lacobrigense com muros de betão similares”, alertou um dos elementos do movimento.

O presidente da Câmara de Lagos, Júlio Barroso, desdramatiza a situação, confirmando que a autarquia, após ter sido consultada pela CCDR, deu parecer favorável à obra.

“Temos de proteger aquilo que está a cair. Tanto quanto sei, a casa está naquele local há mais de 40 anos”, sublinhou, acrescentando que existem algumas situações semelhantes na zona de Porto de Mós.

O prazo inicialmente previsto para a execução dos trabalhos foi de quatro meses, de Outubro de 2006 a Janeiro de 2007. No entanto, devido às fortes chuvadas ocorridas durante os meses de Outubro e Novembro, só foi possível iniciar as obras em Dezembro, prevendo-se que estejam concluídas até ao final do próximo mês de Fevereiro.


in Observatorio do Algarve, 19-01-2007

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